Shawn Mendes Brasil

Co-escritor de Shawn Mendes, Scott Harris, fala sobre compor músicas no provador

“Wonder” está aqui. Harris revela como ele e Shawn formaram o álbum.

Enquanto a estrela pop Shawn Mendes libera seu quarto álbum “Wonder”, com o single de mesmo nome, ao mundo hoje (4 de dezembro), podemos ouvir uma continuação natural da sua perspectiva musical única: crua, letras emocionantes complementadas com uma produção cativante, guitarras avançadas e ocasionalmente crescentes. É um estilo que Mendes vem refinando durante toda sua discografia, de maioria sendo trabalhada por um grupo pequeno e integra de do-escritores: Teddy Geiger, Geoff Warburton, e Scott Harris. Harris, nativo de Long Island, teve sua primeira experiência de chegar ao topo dos charts como do-escritor de “Don’t Let Me Down”, que deu The Chainsmokers e Daya o terceiro lugar em 2016. Desde então, escreveu hits junto com Niall Horan, P!nk, Julia Michael e mais. Mas seu trabalho com Mendes apenas cresceu desde que começaram a trabalhar juntos em 2014, colaborando com a balada crescente “Life of the Party”, e mais tarde, na grandiosa do pop-rock “Treat You Better”. Suas músicas ajudaram a levar o álbum de 2018, “Shawn Mendes”, ao primeiro lugar. Agora, “Wonder” tem Harris como o único remanescente do grupo de compositores de Shawn. “Acredito que eu e o Shawn somos muito abertos um com o outro, e que isso em si já nos leva a ser muito honestos com a música”, Harris diz a MTV News. O resultado é um álbum desejoso que não tem medo de ficar o quão grande for necessário. “Muito desse álbum foi escrito antes e durante a quarentena, mas tem certas músicas que entraram no Wonder sobre isolação, paralizações e estar sozinho. Mesmo com a música “Wonder”, escrevendo ela por FaceTime e trazendo-a para o estúdio durante tempos de Covid com certeza afetaram o jeito que algumas letras foram feitas”. 
Com os ouvintes começando a explorar o o mundo de “Wonder”, MTV News conversou com Harris sobre como é assistir Mendes crescer, de um jovem artista do Vine para uma estrela global, como compor para Mendes pode ser uma sessão dupla de terapia, e como é o processo criativo por trás das faixas principais. 

Você e o Shawn se conhecem tem muito tempo. Você lembra da primeira vez que se conheceram e trabalharam juntos? 

Harris: Nos conhecemos quando Shawn estava gravando “Life of the Party” em 2014, que eu co-escrevi. Seu A&R (desenvolvedor musical) tocou a demo para ele, e ele amou e aprovou a música, e desde então estamos trabalhando juntos. Ele tinha 15 anos e eu tinha 27. Shawn era um compositor jovem, então eu estava lhe mostrando como tocar guitarra, e ele estava me mostrando as ideias que ele estava escrevendo na época, e nos inspiramos no outro desde aquele momento. A inspiração meio que nunca foi embora. Sinto que eu tava mostrando a ele o percurso como um irmão mais velho do mesmo jeito que ele estava me mostrando o percurso como um irmão mais novo. 

Então depois de trabalhar com o Shawn por tanto tempo, com um projeto como “Wonder”, você apenas diz “Ok, vamos trabalhar do zero em um álbum totalmente diferente?”

Harris: É uma relação especial. Estávamos conversando sobre o “Wonder” um dia do álbum anterior sair (“Shawn Mendes”, 2018). Começou com um relatório que temos de mandar gravações de voz ou músicas do Spotify que inspira o outro. Nós mandamos todo o tipo de coisa, desde músicas dos Beatles ou Pink Floyd ou Queen. Estávamos escutando Paul Simon e os Beach Boys também. Passamos por muitas fases diferentes onde escutamos várias músicas dos anos 80, coisas que escutamos desde sempre, e aqueles são uns dos artistas que inspiraram o álbum. Criativamente, eu desenrolaria a partir dali.  

Qual foi a linha do tempo do processo de produção? Vocês estavam melhorando as coisas até recentemente? 

Harris: Já estava tudo pronto tem alguns meses. Comigo e com ele, as coisas nunca param. Algumas ideias nós começamos logo após o último álbum estar pronto, e algumas dessas ideias entraram no álbum junto com algumas ideias que surgiram a alguns meses atrás. Com “Wonder”, começamos com uma parte pelo FaceTime e depois nós reunimos para encorpa-la. Uma das mais novas foi “Higher”, que escrevemos nos bastidores depois de um dos shows no Barclays Center. Antes e depois do show, eu e Shawn estávamos dedilhando a música, e no dia seguinte lembro dele ir ao meu apartamento, e estávamos apenas curtindo a música tipo “Meu, isso é muito bom”. Nós alugamos um estúdio na quadra de baixo do meu apartamento e partimos dali. Eu nem tinha certeza se entraria nesse projeto, mas foi tão forte e passando por todas as voltas. Até hoje é uma das minhas favoritas. 

Teve alguma inspiração criativa em relação aos eventos de 2020 no trabalho? 

Harris: Eu amo uma música que fizemos chamada “Call My Friends”. É um tipo de hino e é sobre o Shawn sentindo falta de seus amigos e querendo voltar a ter os pés no chão. Honestamente, tudo que ele queria fazer, como ele diz, era olhar para a lua com seus amigos e fumar maconha. Algumas vezes você está correndo ao redor do mundo e você só preciso dos seus parceiros. Eu mesmo com certeza posso me relacionar com sentir falta desses tempos. É uma chamada pra essa ideia, e é realmente especial. 


Muitas outras estrelas do pop tem sessões de composições com outras pessoas e eles entram e saem de milhões de salas. Mas o Shawn trabalha diretamente com você, com a Teddy Geiger e o Geoff Warburton. Por que você acha que, da perspectiva dele, ter um grupo pequeno é tão essencial pro seu processo criativo? 

Harris: Isso é a raiz de um lugar emocional. O conforto é a chave na comunidade de compositores; quando você está confortável você pode realmente ser você mesmo e ser honesto, especialmente com as músicas que Shawn já fez e continua fazendo. Ser honesto e aberto desse jeito demanda muito tempo e muita energia. Ao invés de sair por aí fazendo o “Jogo de Encontros” com todos os compositores e produtores de pop, você pode apenas se abrir em qualquer dia e expressar todo seu coração, e criar versos do zero. Não posso falar pela Teddy ou pelo Geoff, mas eu sei que eu e Shawn, fora das colaborações, somos amigos. Nós conversamos sobre coisas não musicais o tempo todo, e as vezes isso entra nas músicas e as vezes não. Mas ambos, conforto e estar na mesma sintonia musical com outra pessoa, são difíceis de achar. 
Por exemplo, quando é para escrever uma música como “In My Blood”, nós nos afundamos em pensamentos de como podemos mostrar ao mundo como o Shawn realmente se sente? Como nós podemos não escrever uma música de amor? Como tratamos essa musica como uma estória onde mostramos que Shawn tem ansiedade como qualquer outra pessoa? Como fazemos isso não ser apenas “Eu te amo, eu te amo, eu te amo”? Mas isso meio que só se enraiza de uma sessão de terapia profunda que já tivemos. Nós falamos sobre ansiedade e como isso as vezes parece demais, e criamos esse pequeno refrão. Eu, Geoff e a Teddy encontramos essa ideia. Ao mesmo tempo, nós não sabíamos que seria o single de debute até mais ou menos 60% ou 70% do álbum estar feito. 

Também foi você, Shawn, Teddy e Geoff que inventariam o que seria uma virada de jogo em sua perspectiva como um artista “adulto” em “Treat You Better”. Você pode me levar a esse lugar? 

Harris: Fiz uma viagem à América do Sul e escutei muito Vampire Weekend, então voltei com vários refrões esquisitos e um deles fez parte de “Treat You Better”. Então tivemos dois dias no estúdio; escrevemos “Treat You Better” em um dia e uma música chamada “Patience” no outro e não sabíamos qual delas era melhor. Ambas eram demos de guitarra elétrica na época e realmente gostamos das duas. Liricamente, estávamos escutando The Police e conversando sobre histórias da vida do Shawn e esse conceito surgiu. Ficamos o álbum todo com essa demo sem produção. Mas um dia, a Teddy produziu a música e ficamos meio “Espere, essa é a melhor música que temos!” e partimos desse ponto. 

Você esteve sentado da primeira fileira da incrível ascensão de Shawn e viu sua vida sair de um barato normal para uma estrela mundial. Como foi assistir a vida dele evoluir para o que é hoje? 

Harris: Me lembro de crescer me perguntando sobre como era a ascensão das pessoas para a fama e é incrível poder assistir isso tudo acontecer. Lembro de dizer “Cara, se eu pudesse apenas conseguir abrir os shows da Taylor eu estarei bem”. Assistir essas pequenas corridas e ver cada passo seu, como uma pequena escada, tem sido incrível. 

Como alguém muito próximo, o que você achou do documentário recente de Shawn para a Netflix, “In Wonder”? 

Harris: Eu acho que é um ótimo convite para o mundo do Shawn que as pessoas não conhecem. Até mesmo receber um feedback de amigos e minha família, as pessoas escutam as músicas que criamos juntos mas essa é a primeira vez que eles estão vendo o Shawn como um ser humano real como o oposto do pop star da rádio. Você consegue ver que ele é um cara realmente bom, ele é emocional e tem sentimentos. Ele se sente solitário e feliz como qualquer outra pessoa.